
No entanto, Stephenie está longe de ser a responsável por uma marca com valor de quatro bilhões de dólares como é Harry Potter. A série sobre o bruxinho emplacou, desde o primeiro volume, mais de 350 milhões de cópias comercializadas.
Os motivos para tal discrepância são dois: marketing e narrativa. Harry Potter não só foi um fenômeno literário dos últimos 10 anos, como também um exemplo de como o marketing pode ajudar a construir uma marca.
Os livros de JK tinham lançamentos mundiais sincronizados e grandes festas de lançamento, que levavam centenas de jovens às livrarias. Franquias de absolutamente qualquer tipo de bugiganga: meias, jogos, camisetas, pratinhos de aniversário e, é claro, os filmes da Warner Bros. Assim, o nome Harry Potter pairava no ar mesmo quando não havia novos livros sendo lançados, criando um clima de ansiedade pelo fim da história que favorecia o consumo dos livros.
"Crepúsculo", por outro lado, chegou ao Brasil timidamente e já com toda a saga escrita em inglês. O leitor mais ansioso pode comprar os livros importados e saber o fim da história. Não há atmosfera de curiosidade pelo fim que impulsione o consumo e nem uma gama de outros produtos associados à marca. O filme que será lançado em dezembro, provavelmente, impulsionará a venda, mas ainda será pouco para ameaçar Harry Potter.
Narrativa
"Crepúsculo" tem menos capacidade de diálogo com os leitores do que Harry Potter. A história de amor entre Bella e Edward atinge, sobretudo, um público feminino, enquanto Harry Potter é de cunho mais universal.
O narrador de "Crepúsculo" é Bella, ou seja, em primeira pessoa. Portanto, os temas que serão destacados e maneira de observação serão o de uma menina de 17 anos. O amor, o sorriso de lado e o olhar são situações que não atraem os garotos, que em uma história de vampiros espera ver sangue, lutas e, de grosso modo, um pouco menos de "melação".
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